sábado, 9 de maio de 2009

Intervenção do Presidente da Direcção na cerimónia da assinatura do Protocolo, em 24.06.2005


Senhor Presidente da CML, Dr. Pedro Santana Lopes,
Senhor Vice-Presidente Prof. Carmona Rodrigues,
Senhora Vereadora, Dr.ª Helena Lopes da Costa,
Senhor Director da UPAL, Dr. Carlos Moura de Carvalho,
Senhores Presidentes das Juntas de Freguesia da Charneca, Lumiar e Belém
Senhor representante da SGAL, Engº João Silveira Botelho,
Senhora Directora Municipal da Habitação, Dr.ª Margarida Rodrigues,
Senhora Directora do DGSPH, Engª Sotto-Mayor
Senhor Engº Katsan, Senhores Engºs, meus Senhores e minhas Senhoras,

A todos, em nome da Associação de Moradores do Bairro das Calvanas, e em representação de todos os moradores, agradeço a presença e endereço a todas V. Excias os meus respeitosos cumprimentos.
Não quero, de forma alguma, transformar esta cerimónia de assinatura do protocolo entre a CML, a SGAL e a AMBC, sobre o realojamento de uma parte significativa da comunidade de Calvanas, em mais um momento de cariz político, mas tão somente lembrar algumas das etapas do processo que nos transportaram ao momento presente, embora eu pense que quase tudo quanto se faz neste País, está demasiadamente conotado com a política.
Este é um momento histórico, à muito esperado e ansiado por toda a exemplar comunidade de Calvanas. Foi um processo longo, com muitas indefinições e incertezas, adiamentos, recuos e avanços, mas eis que finalmente, neste dia 24 de Junho de 2005, se concretiza uma cerimónia que esteve marcada para o dia 30 de Julho de 2004 e que por imponderáveis circunstâncias, foi sucessivamente adiada, até ao presente momento.
Conhecemos muito bem o conteúdo do protocolo que agora se vai assinar e a maioria da população, também. Ele é o resultado de longos anos de negociações com a CML, em que procurámos chegar o mais longe possível e sobre o mesmo, só podemos dizer, porque somos comedidos e lúcidos que estamos satisfeitos.
Para a Associação de Moradores de Calvanas, neste momento, o mais importante, é que o seu conteúdo seja integral e rigorosamente cumprido pelas partes, sendo certo que a Associação de Moradores, desde sempre assumiu que honrará, de forma exemplar, os seus compromissos, como aliás sempre fez.
Não são os maus momentos que se desejam realçar, nesta hora de grande satisfação pessoal, compartilhada por todos quantos, como eu, esperaram tão desejado momento.
Não vamos falar dos realojamentos provisórios, porque essa é, também, uma face muito dolorosa do processo e daria pano para mangas.
Aceitamos esse facto com alguma sensibilidade e compreensão, entendendo a urgência da construção das vias de acesso que estão a ser realizadas; esse sacrifício, é parte do nosso contributo, para que brevemente, os automobilistas que utilizam diariamente a Alta de Lisboa, possam ter à sua disposição os modernos e espaçosos traçados que estão a rasgar, de alto a baixo, toda aquela Zona, não poupando o Bairro das Calvanas, que teve de dar lugar ao Eixo Central e à Av. Santos e Castro, destinando-se o restante espaço, a zona verde, integrada no Parque já existente, designado por Quinta das Conchas e dos Lilazes.
Também não queremos lembrar aqui, hoje, a falta de colaboração de alguns Departamentos Camarários, a quem oferecemos sempre toda a nossa disponibilidade. Pensamos que esse e outros assuntos menos agradáveis, ficarão para mais tarde, a aguardar uma melhor oportunidade.
Há, no entanto, factos que marcaram este percurso e que não podem ser esquecidos:
No tempo dos meus avós, um compromisso verbal e um aperto de mão entre os intervenientes, selavam qualquer contrato e havia a absoluta certeza que tais compromissos eram escrupulosamente honrados pelas partes. Hoje, nem solenes compromissos de honra, lavrados em fastidiosas escrituras notariais, impedem as pessoas de romper tais compromissos, tornando-se tais actos, inúteis e banais e, na prática, sem qualquer garantia.
Foi devido a toda essa fragilidade que reduz a nada, solenes compromissos de honra que ao longo dos últimos anos, tanto sonhámos com a concretização deste momento.
Mas, como em tudo na vida, há sempre saborosas excepções e, nesse sentido, a população de Calvanas jamais vai esquecer aquela tarde do dia 1 de Dezembro de 2001, em que o então candidato a Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. Pedro Santana Lopes, em visita que efectuou ao Bairro das Calvanas, enquadrada no seu programa de campanha eleitoral, afirmou no discurso proferido no Salão Nobre da AMBC, que, na qualidade de Presidente da CML, iria procurar resolver o processo de realojamento de Calvanas, no seu primeiro ano de mandato.
Sabíamos que a tarefa era muito difícil de concretizar em tão curto espaço de tempo, pois o projecto ainda estava muito verde. Na verdade, não nos enganámos, estamos a caminho do último ano de mandato e só agora se vislumbra a forma quase definitiva, do Bairro que substituirá o local, onde durante mais de meio século, milhares de pessoas puderam viver em ambiente de verdadeira harmonia e tranquilidade.
Diremos que decorreu o tempo necessário para se concretizar este importante projecto que vai proporcionar à população de Calvanas, continuar a usufruir de um padrão de vida, em tudo semelhante ao anterior.
Esta realidade só foi possível, graças ao empenhamento de V. Excia e, por isso, nesta hora, só temos uma palavra para lhe dirigir: OBRIGADO.
Honrar os compromissos assumidos, é hoje uma prática tão em desuso que não podemos deixar de enaltecer todos aqueles que cumprem as suas promessas. V. Excia cumpriu o que prometeu à população de Calvanas, em plena campanha eleitoral e honrou a sua palavra.
Para a Comunidade de Calvanas, esse nobre procedimento, ficará eternamente registado nos seus corações, porque jamais se pode esquecer o Homem que lhes proporcionou a imensa felicidade de poderem continuar a usufruir do mesmo padrão de vida, concedendo-lhes a possibilidade de continuar a habitar uma casa individual, idêntica à que possuíam em Calvanas.
É claro que outras pessoas se empenharam também para que o dia de hoje fosse possível e, desde logo, numa primeira fase, recordar e agradecer o grande contributo da Senhora Vereadora Dr.ª Helena Lopes da Costa, sempre disponível e atenciosa para receber e ouvir os dirigentes da Associação de Moradores, com a qual tivemos frutuosas reuniões de trabalho. Essa estreita colaboração só diminuiu a partir do momento em que o projecto de construção do novo Bairro foi entregue nas mãos da UPAL e da SGAL.
Nesta hora de satisfação colectiva, dirigimos-lhe também o nosso muito obrigado.
É imperioso, lembrar também, aqui e agora, o Senhor Director da Upal, Dr. Carlos Moura de Carvalho que numa segunda fase, se revelou uma pessoa extraordinária. Tem colaborado com a AMC de uma forma exemplar, sempre disponível e sempre pronto para ouvir os dirigentes da AMBC e, tanto quanto sei, toda a população do Bairro que se lhe tem dirigido. Agarrou o dossier da construção do novo Bairro com determinação e vontade de o levar a cabo, dentro dos prazos previstos e, nesse sentido, um a um, foi solucionando todos os problemas que emperravam o início das obras. Nós sabemos que foram imensos os obstáculos que tiveram de ser transpostos e, por isso, nesta hora lhe queremos agradecer a forma cordial como nos tem tratado, e toda essa entrega e disponibilidade demonstradas, pois sem essa preciosa colaboração de V. Excia, não teria sido possível, na data de hoje, verificar o estado adiantado em que se encontra a construção do nosso Bairro. Muito obrigado Senhor Presidente da Upal, Dr. Moura de Carvalho, pelo excelente trabalho realizado, pedindo-lhe que continue a colaborar connosco, da mesma forma, até ao dia em que o processo fique terminado ou seja, até ao dia em que as famílias de Calvanas recebam, finalmente, as suas casas. Obrigado.
Não queria deixar de agradecer também ao Senhor Engº Katsan, responsável da obra, por parte da SGAL, o tratamento simpático que nos tem dispensado. Nunca nos criou qualquer dificuldade ou impedimento, antes pelo contrário, sempre demonstrou uma sensibilidade incrível para lidar com as nossas dúvidas e incertezas. Obrigado Senhor Engenheiro por nos ter atendido sempre que o solicitámos, demonstrando sempre uma enorme simpatia.
Queremos agradecer também a todos os técnicos que têm fiscalizado a obra, engenheiros e arquitectos, lembrando aqui também a simpatia com que sempre nos recebeu o engº Domingues. Enfim, a todos queremos dirigir o nosso muito obrigado.
Finalmente, é nosso entendimento que depois da assinatura do protocolo, se deve iniciar logo que haja condições para tal, a celebração de contratos de promessa de compra e venda, em respeito absoluto pelo que está consagrado no Protocolo.
Muito obrigado a todos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário